quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O estranho da Rua l3

O ESTRANHO DA RUA 13.

Athayde Martins.


Meu cachorro vira latas me recebe com a alegria de sempre. Jogo os sapatos vou até a geladeira e pego a última cerveja. Me jogo no velho sofá e acomodo os pés sobre a mesinha de centro. Respiro fundo procurando relaxar depois de um estressante dia de trabalho.
                                Tocam insistentemente o interfone, vou atender e penso estar vivendo um pesadelo, lá estava minha ex e seu namorado, um Stalone elevado ao quadrado. Sem cerimônia entram e antes percebi que ele precisou abaixar-se pra não bater a cabeça na parte superior da porta.Um exagero!
                                Um revólver a mostra na cintura demonstrava que o casal não estava para brincadeira. Me senti naquele momento tenso o anão da Ilha da Fantasia, com receio olhava fixamente aquele brutamontes que com certeza usufruía da grana da pensão que o otário aqui pagava e a ironia no seu sorriso me irritava sobremaneira. Ele com quase dois metros de altura e eu com minha estatura de pouco mais de um e meio, achei de bom senso, me conter.
                                 Minha ex, com sua voz estridente, foi direto ao ponto:
                                 -Vim buscar meu dinheiro,espero que você não faça drama, como sempre!
                                 Com um fiapo de voz digo a célebre frase:
                                  - Espere um minuto...
Vou até meu quarto e numa das gavetas do guarda- roupas apanho minhas últimas economias e retorno lentamente. Entrego o dinheiro, ela confere, me olha com desprezo e sai abraçada com seu gigante com cara de idiota.Na verdade o idiota da cena era eu, no mínimo ambos teriam uma senhora noitada com meu salário de um mês.
Volta para o sofá e procuro retomar meu descanso, entretanto, aqueles minutos com os dois haviam me tirado do sério. Calço meus surrados tênis e saio pra caminhar e tentar espantar meu ódio e retomar meu costumeiro humor.
                                     Sigo caminhando com meu Boris, que alheio aos meu problemas festeja sua liberdade.Boris não era de raça, mas tinha uma inteligência que dava gosto, principalmente quando avistava uma cadela vindo no sentido oposto com sua bela e exuberante dona:
                                      - O Boris tá bonito!
                                       Foi gentileza extrema dela, Boris podia ser tudo na vida, menos bonito. O sol desaparecia no horizonte e meu dia chegava ao fim. Como diria Roberto:
                                       -Muitas emoções bicho!

Obs: Segue no próximo episódio.
                           

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